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Ser “ponte”: Andrea e o Genfest 2012!

 
4 outubro 2024   |   Itália, genfest, United World Project
 
Andrea Cardinale_Budapest 2012 - Copyright © 2012 Centro S. Chiara Audiovisi Soc. Coop. a.r.l. – Sás Benedek
Andrea Cardinale_Budapest 2012 – Copyright © 2012 Centro S. Chiara Audiovisi Soc. Coop. a.r.l. – Sás Benedek

Andrea Cardinali foi um dos apresentadores do Let’s Bridge, a edição histórica do Genfest 2012, realizado fora da Itália pela primeira vez. Hoje ele é professor de “Ciências da felicidade” para crianças e adolescentes, levando consigo toda uma bagagem de vida e de fraternidade, que já há algum tempo está impressa em seu coração… e dali não sai nunca mais.

Andrea Cardinali é como um rio na época da cheia! Completou recentemente 36 anos, é recém-casado com Verônica. Como ele gosta de dizer, dá aula de “Ciências da felicidade” a crianças e adolescentes e, no final do ano, dá notas para a disciplina de religião, mas também é professor de filosofia, jogador de futebol e escritor. Não muito tempo atrás, em 2012, ele foi um dos apresentadores de uma edição muito especial do Genfest que foi realizado na Hungria. Ele mesmo recorda que, passados alguns anos após a morte de Chiara Lubich, o Movimento dos Focolares, que promove o Genfest, estava se transformando e amadurecendo e, pela primeira vez em quarenta anos, esse evento foi realizado fora da Itália. Ele desistiu de treinar com seu time de futebol para ir atrás do sonho de Budapeste.

Copyright © 2012 Centro S. Chiara Audiovisi Soc. Coop. a.r.l. – Sás Benedek
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Então é verdade? Você desistiu de tudo por Budapeste?

«Bem, já estava previsto que eu iria faltar, pois havia avisado que tinha esse compromisso até os primeiros dias de setembro de 2012. Perder os primeiros treinos da temporada é realmente uma exceção; eu até tentei treinar em Budapeste, mas logo percebi que não dava, o ritmo era muito intenso».

Vamos em ordem: quando você pensa no Genfest 2012, o que vem à sua mente?

«Penso imediatamente no evento do qual participei como sendo o mais importante da minha vida, porque reuniu muitos aspectos: o serviço aos outros, os talentos colocados à disposição, a história da minha família e, se considero o meu momento presente, também o meu engajamento hoje. Além disso, toda a alegria e a força entre nós, jovens, que estávamos lá, com amizades que se criaram e permaneceram ao longo do tempo».

Você se lembra do momento em que lhe disseram que você seria um dos apresentadores?

«Lembro que eu era um dos “elegíveis”, porque já tinha apresentado outros eventos culturais, e por isso recordo que o meu nome estava sendo ventilado. Então, recebi um telefonema em que me diziam que eu havia sido escolhido como apresentador italiano, com outras duas pessoas, que iriam falar em inglês e em húngaro. No início, esse fato me desnorteou um pouco, mas depois me entusiasmou e me deu forças para me lançar em uma nova aventura que, naquele momento, era um desafio para todos: o primeiro Genfest sem Chiara Lubich, fora da Itália, em um país onde antes não haviam sido realizados grandes eventos. Uma edição histórica».

Como vocês transcorriam os dias?

«De manhã, trabalhávamos muito com Tamara Pastorelli, nossa roteirista. E ela queria muito que os textos se tornassem nossos, e que não fossem simplesmente lidos ou recitados: nós deveríamos possuí-los, porque realmente acreditávamos naquelas palavras. Depois, à tarde, havia um trabalho na parte cênica, com o diretor, Max Fenaroli, e o diretor artístico, Mite Balduzzi. Foi um Genfest construído em conjunto por diversas equipes em sinergia. Não faltavam momentos de lazer e alegria à noite, naquele espaço que, dentro de Budapeste, tinha se tornado uma espécie de vila dos atores».

Você se lembra de algum momento particular daqueles dias?

«Fiquei emocionado, a ponto de chorar, durante uma reunião de todos nós com o diretor, porque naqueles dias, um ano antes, meu avô havia falecido e, falando sobre mim a essas pessoas, eu tinha me lembrado dele. Foi um momento fundamental, porque voltei às minhas raízes, e isso me deu forças para enfrentar os dias seguintes. No começo, os outros pensavam que eu iria desmoronar, talvez porque parecesse muito emotivo, mas a lembrança do meu avô me ajudou demais. Por outro lado, o tema do Genfest era Let’s Bridge, isto é, “criar pontes”, e eu podia fazer isso entre as gerações:   a dos meus avós e a dos meus pais, que viveram por um mundo unido antes de mim, e a minha história pessoal. Naquele momento eu me senti como uma “ponte” e dei um significado diferente ao Genfest como um todo».

Foi um Genfest que marcou o nascimento do Projeto Mundo Unido, United World Project, e esse anúncio foi feito justamente por você…

«Recordo como um momento que marcou uma mudança na minha vida e na vida de muitos jovens, porque a partir daí vários projetos começaram a se estruturar ao redor do mundo, com essa finalidade. Lembro que, lá em casa, nós nos organizamos para torná-lo conhecido, para fazer algo em nossa região. E teve continuidade. Basta pensar que sete anos depois, em 2019, eu estava na Palestina com a “Associação DanceLab Armonia tra i popoli” (Associação DanceLab Harmonia entre os povos) fazendo um belo trabalho com crianças palestinas exatamente graças a UWP. À luz do que estamos vivendo hoje, com essas crianças e adolescentes cativos em território de guerra, creio que um projeto nesses moldes tenha sido um dom imenso, tanto para eles quanto para nós. Como eu gostaria de voltar! Com esses projetos que são concretizados na atualidade, vem o desejo de viver uma experiência que vai além de si mesmo e que marca o coração para o resto da vida. Eu experimentei isso em Budapeste».

Copyright © 2012 Centro S. Chiara Audiovisi Soc. Coop. a.r.l. – Sás Benedek
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A UWP é atual, isso significa que, na sua opinião, a fraternidade é atual? Todos mencionam isso, mas, e daí….

«A fraternidade é atual, muito atual, mas é preciso entendê-la. Aquela fraternidade que UWP propôs há 12 anos é a que se baseia na palavra do Evangelho, e quem se aventura a falar sobre ela e a vivê-la sabe que todos os dias terá que aprender alguma coisa. Eu tenho a sorte de ser professor, de estar com crianças e adolescentes em idade escolar, e vejo que se escolhemos a fraternidade é preciso ter a flexibilidade de entender quem está diante de nós, para podermos amar aquela pessoa de uma maneira única. “Amar” é uma palavra forte, eu sei, mas no fundo viver a fraternidade significa ser capaz de ir além da medida corriqueira do amor. Vejo que para as crianças e os adolescentes de hoje isso é muito forte. Meus alunos também são uma espécie de unidade de medida que me diz o quanto preciso melhorar. Há sempre necessidade de colocar ordem no amor. E é algo maravilhoso quando percebemos que quanto mais incidimos na vida de uma criança ou de um adolescente como professor, mais essa pessoa tem incidência sobre nós, como se fôssemos aluno dela».

Copyright © 2012 Centro S. Chiara Audiovisi Soc. Coop. a.r.l. – Erhardt Gergő
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