Estêvão, em nome dos Gen e de Jovens por um Mundo Unido do Movimento dos Focolares do Quênia, relata a surpreendente aventura de solidariedade e… gentileza, que veio à tona no Centro Correcional Juvenil Kamiti, em Nairóbi.

Nairóbi, Quênia. Era um sábado de julho quando Stephen e seus amigos do Movimento dos Focolares decidiram visitar os jovens alojados no Centro Correcional Juvenil Kamiti, o maior centro de detenção juvenil do Quênia, que acolhe menores de todo o país. São cerca de 40 jovens visitantes, que estão vindo de várias partes do país. Aquilo que eles encontraram quando chegaram ali os deixou tristes, com um forte senso de urgência e injustiça. Naquele momento, o estabelecimento abrigava 163 jovens, com idades entre 13 e 21 anos, alguns aguardando julgamento e outros cumprindo pena.

«Eles viviam em condições extremamente desoladoras, pobres.» – conta Stephen – «Imagine: sete pessoas compartilhando um único colchão, sem os cobertores necessários para fornecer um mínimo de conforto. Quando os colchões acabavam, alguns ficavam sem escolha, a não ser dormir no chão frio e implacável.» Ver com os próprios olhos a luta diária deles pela dignidade humana fundamental entristece todo o grupo. Os jovens visitantes também descobrem que os detentos não têm televisão disponível. Isso significa não ter acesso à informação nem a um mínimo de entretenimento.

«Deixem-me dizer» – acrescenta Stephen – «que essa visita abriu nossos olhos para um mundo que nunca tínhamos visto antes. Não eram apenas simples rapazes, mas jovens almas que ansiavam por esperança, dignidade e uma chance de redenção. Quando entramos por essas portas, entramos em um mundo de dificuldades, onde corações jovens lutavam por uma chance de recuperar seu lugar na sociedade!».

Movidos pela empatia e pelo desejo de fazer a diferença, os jovens do Movimento dos Focolares estudam um plano de ação para aliviar o sofrimento desses jovens como eles. «Acreditamos que um pouco de gentileza pode ajudar muito. Então, nós nos reunimos e escrevemos uma carta sincera a todos os habitantes da Mariápolis Piero, a mariápolis permanente do Movimento dos Focolares, situada a cerca de trinta quilômetros de Nairóbi», explica Stephen. Eles pedem a doação de colchões, cobertores, revistas, romances e roupas. Mas não param por aí: «Compartilhamos nosso plano com todos aqueles que conhecíamos, colocamos cartazes, enviamos mensagens e… sabe de uma coisa? As pessoas estavam ansiosas por ajudar! Foi como uma onda de gentileza que nos envolveu, e foi uma sensação incrível. Além de cobertores, colchões e roupas, também recebemos uma televisão e uma TV box!».

Então, chega o grande dia: o dia da entrega. «Alguns de nós voltamos a visitar os rapazes em Kamiti, com o coração vibrando. Queríamos levar conforto e felicidade para esses jovens, para lembrar a eles que não estão sozinhos e que as pessoas se importam com eles», lembra Stephen emocionado. E ainda: «Quando aqueles rapazes nos viram chegando com todos aqueles presentes para eles, seus rostos se iluminaram como o sol. Aquele momento, ali, foi de pura alegria! Compartilhamos histórias, rimos e, por um tempo, todos nós esquecemos os desafios que estávamos enfrentando. Sabem o que eu entendi? Não se tratava apenas de presentes, mas do vínculo que criamos. Mostramos a eles que nos importamos, que eles não estão esquecidos. E sabem o que mais? Essa jornada nos aproximou, a todos nós. Mostrou-nos o poder de nos unirmos por uma causa, de fazermos a diferença como equipe».

Agora, olhando para trás, Stephen lembra que a gentileza não é complicada. Trata-se de fazer o que você pode: apenas estender a mão e mostrar a alguém que ele é importante para você. Não são necessários grandes gestos. «E fazendo isso juntos» – ressalta Stephen – «podemos iluminar o dia de alguém, assim como aconteceu com os jovens no Centro Correcional Juvenil Kamiti. Nossa jornada até ele tocou os nossos corações, uniu o nosso grupo e nos lembrou que o mundo pode ser um lugar melhor quando escolhemos ser gentis».