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Papa Francisco assina o “pacto” com os jovens: “uma nova economia não é utopia”

 
4 outubro 2022   |   Internacional, ,
 
Fonte: Diocesi Assisi
Por Lucia Capuzzi

Em 24 de setembro de 2022, o Papa Francisco foi a Assis para se encontrar com os jovens economistas, empresários e agentes de transformação da Economia de Francesco, que vieram de mais de 100 países ao redor do mundo para a terceira edição do evento, a primeira presencial.

Paz, cuidado, serviço, proteção, amizade, aliança, reconhecimento, dignidade, partilha, felicidade. Estas são as dez palavras da economia da vida que os jovens economistas, empresários, agentes de transformação decidiram incorporar na realidade, a convite do Papa Francisco.

Não é uma utopia, “porque já a estamos construindo”, conclui o “Pacto” assinado em 24 de setembro no teatro Lirick, em Assis, por Lilly Ralyn Satidtanasarn, de 14 anos, em nome de todos os participantes da Economia de Francisco (EoF) e do próprio Papa Francisco.

Uma adolescente tailandesa e o bispo de Roma são os guardiões dessa “jarra do futuro”. Uma ânfora de papel e tinta na qual os jovens e as jovens recolheram seus compromissos pessoais, que nasceram e amadureceram em três anos de sessões de trabalho online.

Fonte: Diocesi Assisi

“Com o texto do Pacto, vamos confiar vocês à terra como as raízes da economia de amanhã, no jardim de rosas da Porziuncola, de onde os filhos de Francisco partiram para o mundo”, disse Lourdes, uma dos três apresentadores que se revezaram no palco, no qual havia cerca de trinta jovens, incluindo oito testemunhas. Sonhadores com os pés firmemente plantados no chão, capazes de revolucionar o mundo com “o amor, com a engenhosidade e com as mãos”.

Como Facundo Pascutto, argentino de Lomas de Zamora, uma enorme cidade satélite de Buenos Aires que, com a Faculdade de Ciências Sociais, transforma associações de bairro, sindicatos, universidades, cooperativas, cantinas comunitárias, unidades penitenciárias e empresas em “pequenas Assis”, ou seja, espaços de encontro entre os diversos atores sociais.

Ou Henry Totin, do Benin, que, com a associação Javev, fez de uma planta parasita – o jacinto d’água ou togblé – um recurso econômico para os agricultores do vale de Ouémé. Ou Maryam, uma ativista dos direitos das mulheres, que fugiu do Afeganistão do Talibã graças à rede de contatos ativados pela Economia de Francisco.

É impossível resumir o caleidoscópio de histórias e história em que se baseiam os doze pontos do Pacto. Alguns muito novos, como “a Fazenda de Francisco”, inventada por Mateusz Ciasnocha, um fazendeiro do norte da Polônia, que durante o processo desencadeado pelo Papa encontrou uma maneira de combinar agricultura e justiça. “Como? Respeitando os campos e aqueles que trabalham neles. Agora criamos uma nova empresa na Nigéria para apoiar a produção familiar de cinco aldeias na região de Ibadan”, disse ele. Outras histórias, no entanto, são antigas. A Comunidade da Paz de São José de Apartadó tem 25 anos. “Foi fundada em 23 de março de 1997, quando ninguém falava de economia circular e agricultura sustentável. Também não sabíamos muito sobre isso. Tudo aconteceu por “chiripa’”.

José Roviro repetiu essa palavra várias vezes. “Significa ‘sorte’ ou ‘providência’”, explica. Composta por um grupo de camponeses deslocados pelo conflito colombiano, a Comunidade optou por dizer não à violência. “Como tínhamos experimentado isso em nossa pele – acrescentou Sayda Arteaga –, decidimos não a infligir aos outros”.

Agora, a iniciativa – apoiada pela Operação colomba – produz alimentos sustentáveis graças a um sistema de trabalho comum. A partir do modelo pioneiro, então, outros caminhos despontam. “A recém-nascida Fundação Rut iniciará a partir da Comunidade o processo de escuta, para desenvolver uma grande plataforma digital (Inter Zona) sobre violações de direitos humanos e formas de resistência não violenta”, destacaram Annamaria De Paola e Giovanna Martelli.

Pequenos e grandes exemplos de outra possível economia em que os jovens da Eof acreditam e, alguns deles, “em manhãs particularmente brilhantes, já vislumbraram o início da terra prometida”. Quanto tempo levará para alcançá-la? Muito, argumentam céticos, em geral não desinteressados realmente. O povo da Eof não se importa e agora prossegue o caminho com a abertura da Economia de Francesco 2.0. Nisso eles são proféticos: movem-se na noite, como a sentinela da passagem de Isaías. Eles não têm respostas para os transeuntes angustiados que perguntam quanto falta para o raiar da aurora, no entanto os escutam. São mulheres e homens do diálogo noturno. Porque – ressoou fortemente ontem do palco de Assis – “não há amanhecer mais lindo do que aquele que nos surpreende na companhia dos profetas”.

Fonte: Diocesi Assisi

Fonte: https://www.avvenire.it/papa/pagine/papa-francesco-ad-assisi

LEIA O TEXTO COMPLETO DO PACTO: https://francescoeconomy.org/it/il-patto-per-leconomia-di-papa-francesco-con-i-giovani-2/


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