United World Project

Workshop

Polônia solidária

 
11 março 2022   |   , ,
 

Mais de 2 milhões de refugiados da Ucrânia cruzaram fronteiras com países vizinhos desde o início da guerra. Mais de 1,200,000 destes foram acolhidos na Polônia. São principalmente mulheres e crianças provenientes de todas as partes do país.  Katarzyna Wasiutynska, uma focolarina polonesa, fala sobre algumas iniciativas de acolhimento e solidariedade colocadas em prática pelas pessoas do Movimento dos Focolares na Polônia.

Eles esperam até 60 horas, em fila na estrada, no gelo do inverno, antes de conseguirem atravessar a fronteira. São principalmente ucranianos, mas de acordo com o PAP, agência de notícias polonesa, também cidadãos da Polônia, Uzbequistão, Bielorrússia, Índia, Nigéria, Argélia, Marrocos, Afeganistão, Paquistão, Estados Unidos e Rússia. Na maioria, mulheres e crianças, enquanto muitos homens decidem ficar na Ucrânia, para lutar.

«Eles são recebidos em estruturas do Estado, da Igreja, muitos deles em casas particulares – conta Katarzyna Wasiutynska, uma focolarina polonesa com quem entramos em contato por telefone –. Há uma onda de solidariedade comovente. Quase em todas as escolas, paróquias, locais de trabalho, são arrecadados bens e dinheiro para ajudar aqueles que chegam e aqueles que permanecem no país.»

A mariápolis permanente do Movimento dos Focolares local, a Mariápolis Fiore, que fica a 120 km de Lublin, também abriu suas portas para algumas famílias.  «Atualmente são 16 pessoas (6 mulheres, 2 homens, 8 crianças/jovens de 5 a 16 anos) – explica Katarzyna –. A pedido da prefeitura, outra casa da mariápolis foi disponibilizada para acomodar crianças e jovens de um orfanato (cerca de 25 pessoas). Em um centro próximo, chegaram 46 pessoas, incluindo 36 crianças e adolescentes, que buscamos ajudar organizando jogos e atividades de lazer. Em Katowice, um apartamento ao lado do focolare, usado normalmente pela comunidade, foi colocado à disposição. Estes são os primeiros passos…  virão outros!»

Katarzyna afirma que, paralelamente, a Associação Fiore, ONG que apoia as atividades do Movimento dos Focolares na Polônia, criou uma conta de emergência, especialmente para ajudar aqueles que já chegaram e estão hospedados em casas particulares. As pessoas envolvidas no projeto Economia da Comunhão também se mobilizaram, aderindo à campanha de angariação de fundos promovida pelo Comité de Emergência do Movimento dos Focolares através das ONG Action for a United World (AMU) e Action for New Families (AFN).

Além disso, há a solidariedade espontânea, que surge das amizades que vão sendo construídas com os ucranianos.

Kacper é de Varsóvia. Há vários anos é voluntário no Centro Social Jesuíta “em Ação”. O grupo dos voluntários é coordenado por uma irmã dos Anjos (Zgromadzenie Sióstr od Aniołów) que também é catequista na escola científica para crianças estrangeiras St. Stanisław Kostka, onde estudam vários jovens de origem polonesa, provenientes de muitas de repúblicas vizinhas.  Aqui, Kacper ensina química, como parte das atividades extracurriculares. Em 2019, entre os alunos havia Denis, ucraniano, que estava se preparando para o vestibular e para a faculdade de medicina.  Hoje ele está no fronte de batalha. Kacper procurou e encontrou seu contato e agora liga para ele todos os dias, para sustentá-lo…  É a única maneira de estar perto dele.

Szymon é um policial em Breslavia e nos últimos dias se ofereceu para ir em uma viagem a fim de trabalhar na fronteira com a Ucrânia. Ele diz que a situação lá é tranquila. A grande recepção, a colaboração é surpreendente, mesmo se – ele confidencia – ver todas as pessoas que chegam aperta o coração.

Zbyszek e Asia são casados e têm 8 filhos adultos. Eles vivem em Pniewy, perto de Poznan, no oeste da Polônia. Durante anos eles foram amigos de um casal ucraniano que mora na cidade deles. Quando a guerra eclodiu, eles imediatamente se mobilizaram. Em sua paróquia, organizaram uma oração ecumênica pela paz na qual participaram católicos, evangélicos, ortodoxos, católicos dos ritos grego e romano, até mesmo alguns ucranianos que trabalham em empresas locais. Disponibilizaram um apartamento deles para os refugiados. E dizem: «Estamos impressionados com a generosidade das pessoas. Aqui, muitos jovens estão viajando para a fronteira para ajudar a transportar refugiados». Quando uma amiga ucraniana soube que havia falta de medicamentos para os soldados em sua cidade natal, ela organizou uma coleta: em 3-4 horas encheram 13 caixas de medicamentos, que foram imediatamente carregados em um caminhão que estava partindo para a Ucrânia.


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